quarta-feira, 2 de junho de 2010

As escadarias

Meus pés sobem degraus. Estes talhados em madeira, e desprovidos do revestimento em verniz, apresentam uma coloração semelhante ao marrom dos minúsculos tijolinhos das paredes. Estas simetricamente opostas proporcionam, pois próximas umas das outras, um pequeno espaço, o qual acomoda a estreita escadaria em profundidade e altura infinitas. Abaixo de mim apreende-se a obscura imagem dos milhares de degraus perfilados à superfície da estrutura. Esta caminha rumo ao desconhecido. Ao meu lado aparece uma mulher; há um bebê em seu colo. Possui ela cabelos negros, pele morena e usa um vestido preto repleto de bolinhas brancas. Pergunta pela idade da estrutura por nós habitada. Imagino os séculos XIV e XV - época das expansões marítimas. Aparece a imagem de um soldado português. Este solta as amarras de uma nau para o início da viagem. A mulher desaparece, e eu continuo minha viagem.

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